O Movimento de Organização
Comunitária (MOC) com toda sua equipe esteve na Assembleia Legislativa da Bahia
(ALBA) nesse 14 de setembro para receber congratulações e homenagens pelos seus
50 anos, numa iniciativa do deputado estadual Gika Lopes e deputada Fátima
Nunes.
Esta data passa a ser um marco em sua trajetória pela simbologia de raça
e persistência na construção da sua história, uma vez que em suas lutas por
direitos já resistiu e ocupou espaços no próprio Centro Administrativo da Bahia
(CAB).
O deputado Gika Lopes, um dos autores da iniciativa dessa sessão, conduziu a solenidade do evento, fazendo acolhida e agradecimento à equipe MOC e todos/as que ali estavam para prestigiar esse momento. Segundo Gika, o MOC tem semeado cidadania no Semiárido baiano, promovendo o protagonismo das famílias na luta pelos seus direitos. “O nosso objetivo com essa homenagem de 50 anos do Movimento de Organização Comunitária - MOC é além de parabenizar esse movimento, é apresentar a população baiana um importante trabalho em busca de uma vida digna e de oportunidade para homens e mulheres do campo e da cidade”, enfatizou GiKa.
Para homenagear e contar um pouco
sobre a trajetória do MOC ao longo dos seus 50 anos foi composta uma mesa com a diretoria da
entidade, gestores públicos, Fóruns, Redes, lideranças e representantes dos agricultores/as
familiares, empreendimentos econômicos solidários, educação do campo
contextualizada, comunicação comunitária e de mulheres trabalhadoras rurais.
O vice-prefeito da cidade de Nova
Soure, Marcos Ureilton representando a deputada Fátima Nunes, apresentou algumas
de suas considerações sobre o MOC. “Temos homens e mulheres que acreditaram que
era possível fazer um Brasil descente, diferente e de oportunidade.
Constituíram esse grande movimento de organização comunitária e de promoção
social, de reivindicação, de luta e que ao longo do tempo fizeram junto com seu
povo uma grande transformação social”, pontuou.
A coordenadora geral do MOC,
Célia Firmo, agradeceu e saudou todos os integrantes da mesa, plenária, equipe
e em especial a Francisca Carneiro, uma das criadoras do Projeto CAT, a
Naidison Baptista que no momento encontra-se na China recebendo premiação da
ASA e entidades filiadas pelo Projeto Cisternas e a Albertino Carneiro,
fundador da instituição. Segundo Célia, o MOC é muito mais que um CNPJ. É um
espaço de conquista e de lutas. Reafirmou que os direitos foram conquistados a
partir das lutas e diversos movimentos que o MOC tem cravado nesse país. “Quero
dizer que 50 anos do MOC é para reconhecer, externar felicidade e é também para
dizer que o MOC quer continuar na luta, na luta pela permanência dos direitos
que estão sendo retirados e também na luta para construir novos direitos”,
disse.
Em seguida, Onsi Cardoso,
integrante da Assessoria do Governador Rui Costa, ressaltou o trabalho do
fundador do MOC, Albertino Carneiro e importância da instituição em sua
trajetória. “São formadores da minha vida. Me ajudaram a enxergar o mundo, a
enxergar a política, a cidadania, a querer entrar na faculdade e continuar na
luta”, disse.
A representante da Articulação
Semiárido Brasileiro na Bahia (ASA-BA), Cleusa Alves da Silva, ressaltou: “Tenho
plena consciência que sob a sigla MOC estamos homenageando muitas pessoas que
lutaram por soberania alimentar, educação contextualizada, comunicação
comunitária, pelas mulheres, entre outras lutas”. Cleusa também ressaltou a
figura de Naidison Baptista, coordenador geral da ASA e assessor do MOC. “Quero
pedir aplausos a Naidison pelo seu testemunho de vida e paixão pelo Semiárido e
sua gente”.
Entre os relatos, a participação
musical de Hiolanny Viola que cantou e encantou o ambiente com algumas canções incluindo a de sua autoria
“Daqui eu não saio, daqui ninguém me tira. O sertão é minha casa, meu orgulho,
terra querida”.
Em continuação às falas, Elisângela
Santos Araújo, do Fórum Baiano da Agricultura Familiar, saudou o MOC muito
emocionada. “Nós dirigentes, militantes, cada um temos um pouquinho do MOC. Ele
trouxe para nós a qualidade da nossa intervenção nas políticas públicas para o
nosso Semiárido, na construção de pautas para a convivência com esse Semiárido,
no empoderamento das mulheres, na intervenção do trabalho infantil e para várias
outras lutas”, disse.
A Rede de Educação do Semiárido
Brasileiro (RESAB) esteve representada no evento por Luzineide Dourado que afirmou
ser este um momento histórico do MOC e destacou a participação e representação da
instituição em Redes, Conselhos e outros espaços relacionados à Educação do
Campo Contextualizada.
A Secretária Estadual Julieta
Palmeira, da Secretaria de Políticas para Mulheres (SPM) saudou todas as
mulheres do MOC que fizeram parte da história da entidade e destacou como muito
importante a união entre o Governo e os Movimentos Sociais na participação
efetiva na luta pela democracia.
“Não dá para falar do Semiárido
sem falar de Albertino que naquele cenário ruim da seca e em plena era da
ditadura já enxergava a possibilidade de mudança”, ressaltou a deputada
estadual Neusa Cadore. “O MOC é um celeiro de lideranças”, destacou.
Sobre o compromisso do MOC na execução das ações da economia solidária com a participação feminina em grupos de produção, inserção no mercado e o empoderamento das mulheres do campo que hoje ocupam diversos espaços, foi o depoimento trazido por Eleneide Alves, representante do Fórum Baiano da Economia Solidária.
Relatos dos sujeitos do MOC
O jovem Cristiano da Cunha Santos, 15 anos de idade, desde muito criança conhece e participa das atividades promovidas pelo MOC. Cristiano emocionou a todos ressaltando sua aprendizagem através dos projetos, inúmeros intercâmbios e reuniões que participou e da importância das rádios postes instaladas pelo MOC em comunidades rurais. “Quero agradecer ao MOC por tudo que me ensinou nesses dez últimos anos. Hoje participo de um Conselho em minha cidade, por ter oportunidade de participar do Baú de Leitura, por ter como conviver com a seca sem precisar sair do campo porque o MOC também ensinou minha mãe a cuidar da terra e ter água na cisterna. Aprendi também sobre direitos e deveres. Deveres em ajudar em casa, andar correto, e direito a ter educação de qualidade, escolas de qualidade, alimentação saudável, de ir e gritar na pista pelo que eu quiser seja “Fora Temer” ou “Diretas Já!”, resumiu.
“Nós mulheres tivemos por muitos e muitos anos nossos direitos negados”, iniciou assim Lídia Maria Araújo que lembrou da luta pela igualdade de direitos das mulheres. “Lembro da garra de mulheres como “Helena de Serrinha” e Maria Madalena líder do Movimento de Mulheres Trabalhadoras Rurais (MMTR) que lutou durante a Constituinte de 88 pela garantia dos nossos direitos”, enfatizou também lembrando da importância para as mulheres da formação contínua promovida pelo MOC através do Programa de Gênero na promoção da igualdade e equidade de gênero.
Representando os agricultores/as familiares Eduardo Emídio dos Santos, de Riachão do Jacuípe, trouxe sua experiência de 15 anos enquanto agricultor experimentador que participou e acreditou nos inúmeros projetos agroecológicos promovidos pelo MOC em sua região. “Hoje 80% dos alimentos dos animais e 100% da nossa renda retiramos da nossa propriedade que hoje é uma propriedade sustentável. Em 2003 conheci o MOC e foi daí que a transformação aconteceu”, enfatizou.
“Precisamos do MOC para continuar a educação”, ressaltou a coordenadora pedagógica Fabiane Pinto Oliveira. “Vi mais pelo MOC com as formações continuadas do Projeto CAT do que vi na faculdade e nas graduações que fiz. O MOC me ensinou a cuidar de gente, de pessoas e a faculdade a lidar com textos e teorias”, declarou.
A agricultora familiar da comunidade de São Lourenço, em Riachão do Jacuípe, também trouxe relatos de conquista, superação a partir da sua participação de outras mulheres em projetos e ações promovidas pelo MOC.
Para finalizar em mais um relato carregado de emoção, o presidente do MOC José Jerônimo de Araújo falou de sonhos e realidades. “O MOC foi e continua sendo um grande sonho. Albertino foi e continua sendo um sonhador. O MOC está mostrando que é possível refundar a República, concretizar a independência e redescobrir o Brasil. O MOC sabe que podemos ser gente com autonomia”, concluiu.
Sobre o compromisso do MOC na execução das ações da economia solidária com a participação feminina em grupos de produção, inserção no mercado e o empoderamento das mulheres do campo que hoje ocupam diversos espaços, foi o depoimento trazido por Eleneide Alves, representante do Fórum Baiano da Economia Solidária.
Relatos dos sujeitos do MOC
O jovem Cristiano da Cunha Santos, 15 anos de idade, desde muito criança conhece e participa das atividades promovidas pelo MOC. Cristiano emocionou a todos ressaltando sua aprendizagem através dos projetos, inúmeros intercâmbios e reuniões que participou e da importância das rádios postes instaladas pelo MOC em comunidades rurais. “Quero agradecer ao MOC por tudo que me ensinou nesses dez últimos anos. Hoje participo de um Conselho em minha cidade, por ter oportunidade de participar do Baú de Leitura, por ter como conviver com a seca sem precisar sair do campo porque o MOC também ensinou minha mãe a cuidar da terra e ter água na cisterna. Aprendi também sobre direitos e deveres. Deveres em ajudar em casa, andar correto, e direito a ter educação de qualidade, escolas de qualidade, alimentação saudável, de ir e gritar na pista pelo que eu quiser seja “Fora Temer” ou “Diretas Já!”, resumiu.
“Nós mulheres tivemos por muitos e muitos anos nossos direitos negados”, iniciou assim Lídia Maria Araújo que lembrou da luta pela igualdade de direitos das mulheres. “Lembro da garra de mulheres como “Helena de Serrinha” e Maria Madalena líder do Movimento de Mulheres Trabalhadoras Rurais (MMTR) que lutou durante a Constituinte de 88 pela garantia dos nossos direitos”, enfatizou também lembrando da importância para as mulheres da formação contínua promovida pelo MOC através do Programa de Gênero na promoção da igualdade e equidade de gênero.
Representando os agricultores/as familiares Eduardo Emídio dos Santos, de Riachão do Jacuípe, trouxe sua experiência de 15 anos enquanto agricultor experimentador que participou e acreditou nos inúmeros projetos agroecológicos promovidos pelo MOC em sua região. “Hoje 80% dos alimentos dos animais e 100% da nossa renda retiramos da nossa propriedade que hoje é uma propriedade sustentável. Em 2003 conheci o MOC e foi daí que a transformação aconteceu”, enfatizou.
“Precisamos do MOC para continuar a educação”, ressaltou a coordenadora pedagógica Fabiane Pinto Oliveira. “Vi mais pelo MOC com as formações continuadas do Projeto CAT do que vi na faculdade e nas graduações que fiz. O MOC me ensinou a cuidar de gente, de pessoas e a faculdade a lidar com textos e teorias”, declarou.
A agricultora familiar da comunidade de São Lourenço, em Riachão do Jacuípe, também trouxe relatos de conquista, superação a partir da sua participação de outras mulheres em projetos e ações promovidas pelo MOC.
Para finalizar em mais um relato carregado de emoção, o presidente do MOC José Jerônimo de Araújo falou de sonhos e realidades. “O MOC foi e continua sendo um grande sonho. Albertino foi e continua sendo um sonhador. O MOC está mostrando que é possível refundar a República, concretizar a independência e redescobrir o Brasil. O MOC sabe que podemos ser gente com autonomia”, concluiu.
Por:
Texto: Robervania Cunha e Maria José Esteves
Fotos: Alan Suzarte e Kivia Carneiro
Texto: Robervania Cunha e Maria José Esteves
Fotos: Alan Suzarte e Kivia Carneiro
Fonte: MOC
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