A violência contra a mulher, aliada ao consumo de bebida alcóolica, teve destaque em pesquisa divulgada recentemente pelo Ministério da Saúde. No estudo, 30,3% das mulheres vítimas de violências, tais como sexual e doméstica, relataram que houve ingestão de álcool por parte dos agressores.
O dado integra pesquisa realizada pelo Sistema de Vigilância de Violências e Acidentes (VIVA), que ouviu 8.766 vítimas atendidas e notificadas em unidades de saúde e de referência ao combate à violência de 14 estados.
Em 62,7% dos casos de violência contra mulheres, a agressão ocorreu na própria residência. É o caso da empregada doméstica Carine Araújo Santos, 25 anos, que criou coragem e decidiu ir até a Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (Deam), no Engenho Velho de Brotas, para denunciar a agressão que sofreu do ex-companheiro.
A psiquiatra Rosa Garcia Lima explica que cada indivíduo reage à bebida de uma maneira diferente. “Depende da personalidade e do organismo, do grau de organicidade da pessoa”, diz. Do ponto de vista biológico, efeitos da intoxicação alcóolica, como distorção cognitiva e de percepção, poderiam estimular comportamentos violentos. “O indivíduo pode ficar mais agressivo e ciumento. Ter vontade de insultar, provocar, discutir”, ressalta Rosa.
Apenas no distrito do Subúrbio Ferroviário, foram notificados 137 casos de violência em 2010.
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