Do total, nove cães (31%) e quatro gatos (40%) de 10 domicílios foram infectados ou soropositivos para a Covid. Os animais testaram positivo 11 a 51 dias após o início dos sintomas do vírus em seus donos. Três cães testaram positivo duas vezes com 14, 30 e 31 dias de intervalo. Os anticorpos neutralizantes da doença foram detectados em um cão (3,4%) e dois gatos (20%). Os animais castrados e que compartilharam a cama com o proprietário doente foram os mais propensos à infecção da doença. Não houve nenhum óbito registrado.
Após a confirmação dos casos humanos da Covid-19, os testes nos animais foram feitos com swabs (cotonetes) nasofaríngeos/orofaríngeos e retais. Além disso, foram coletadas amostras de sangue para análise laboratorial e teste de neutralização por redução de placa (PRNT 90) para investigação de anticorpos específicos contra o coronavírus.
Os pesquisadores também avaliaram a presença de alterações clínicas e laboratoriais associadas à infecção animal. Foram feitas até três coletas em dias diferentes de cada animal, sendo a última coleta repetida cerca de 30 dias da primeira.
O estudo aponta que pessoas com diagnóstico da Covid-19 devem evitar o contato direto com seus animais de estimação enquanto permanecerem doentes. Foi o que fez o estudante João Paulo da Silva quando estava infectado pelo vírus. Durante o isolamento ele preferiu não manter o contato com os seus animais de estimação. “Fiquei isolado no meu quarto e só saia quando precisava ir ao banheiro. Nenhum dos meus gatos adoeceram. O estudo da Fiocruz é de extrema importância. Até porque eles [animais de estimação] são seres vivos e estão ali conosco, principalmente os que convivem dentro da casa.”
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