ONU condena assassinato de Mãe Bernadete e pede investigação


A ONU condenou o assassinato da liderança quilombola Maria Bernadete Pacífico, Mãe Bernadete, ocorrido nessa quinta-feira no quilombo Pitanga dos Palmares na Bahia.

Em um comunicado divulgado neste sábado (19) o escritório regional para América do Sul da ONU Direitos Humanos manifestou solidariedade com a família e a comunidade e convocou o Estado brasileiro a realizar uma investigação célere, imparcial e transparente sobre o homicídio.

Yalorixá, Mãe Bernadete era coordenadora da Coordenação Nacional de Articulação de Quilombos e ex-secretária de Promoção da Igualdade Racial de Simões Filho.

Ela foi morta a tiros, em sua casa, em terreiro religioso, enquanto assistia a televisão com dois netos e mais duas crianças. Ela já vinha denunciando há algum tempo a diversas instâncias governamentais que estava sendo ameaçada de morte, desde 2016.

No comunicado, a ONU Direitos Humanos ressaltou que mãe Bernadete também estava empenhada na busca da justiça pela morte do seu filho, Flávio Gabriel Pacífico dos Santos, conhecido como Binho do Quilombo, também assassinado a tiros em 2017. A nota diz ainda que a yalorixá sempre denunciou a violência enfrentada pelas comunidades quilombolas.

Bico Rodrigues da Coordenação Nacional de Articulação de Quilombos cobrou das autoridades competentes a punição dos culpados.

O corpo de Mãe Bernadete foi sepultado neste sábado, mas antes ela foi homenageada com samba, ritual candoblecista e caminhada pelas ruas de Simões Filho, na região metropolitana de Salvador.

Uma comissão interministerial do governo federal acompanha as investigações em Salvador. O governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues, determinou a apuração rigorosa por parte das polícias militar e civil. A Polícia Federal também abriu inquérito para investigar o caso.


Edição: Sheily Noleto / Alessandra Esteves


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